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segunda-feira, 31 de julho de 2023

Chaplin

Você nunca achará
o arco-íris, se você estiver olhando para baixo.
C. Chaplin.
Foto.: Rebel.






Não preciso dizer muito deste ser que foi um gênio.
Durante a nossa vida:
Conhecemos pessoas que vêm e que ficam,
Outras que vêm e passam.
Existem aquelas que,
Vêm, ficam e depois de algum tempo se vão.
Mas existem aquelas que vêm e se vão com uma enorme vontade de ficar...
Aproveite seu tempo..a vida voa...tudo tão rápido..as vezes parece um sopro.
É bom faz bem..celebrar a vida..enquanto há.
*Uma amiga relata...
Hoje é meu aniversário..
Hoje estou feliz e feliz por poder comemorar isso.
Gratidão por você amiga🙏✌️🧍🧍🏃😁🙂
*Depois da leitura deste texto, de Chaplin, você certamente continuará admirando Chaplin, o genial diretor-ator de “O Garoto” (1920), “Em Busca do Ouro” (1925), “Luzes da Cidade” (1931) e “Tempos Modernos” (1936), mas terá também uma visão mais ampla sobre o homem que Carlitos eventualmente escondia. O pai de Chaplin, Charles, era alcoólatra e sua mãe tinha problemas mentais. Como o pai abandonou a família e sua mãe vivia internada em sanatórios, o menino passou a infância nas ruas, orfanatos e casas de correção. O adolescente trabalhou como barbeiro, faxineiro de teatro e figurante em peças de vaudeville.
🦹Nascido na Inglaterra, Chaplin foi para os Estados Unidos em 1913, aos 24 anos. Integrante da Companhia Fred Karno, “um grupo inglês de teatro vaudeville”, chamou a atenção do produtor Mack Sennet, que o convocou para o cinema. Agradou o público americano e, depois de oito filmes, amealhou 1 milhão de dólares na época, uma fortuna considerável. Em sete anos, de 1913 a 1920, fez 69 filmes mudos. “Perfeccionista temperamental, frequentemente rodava 50 vezes a quantidade de metragem necessária.”
🧍Um dos primeiros workaholics do cinema, Chaplin não parava. Era uma “máquina” de produzir filmes, quase sempre de alta qualidade. Ao mesmo tempo que trabalhava muito, o ator-diretor tinha uma vida sexual intensa e pouco ortodoxa. Ele dizia que gostava de fazer sexo quando “estava chateado”. “Sua preferência era por garotinhas; o resultado disso foram quatro casamentos (três com mulheres de 18 anos ou mais moças), 11 filhos, e um harém de amantes.”
🏇Homem de energia invulgar, tanto artística quanto física, Chaplin batizou seu pênis de “oitava maravilha do mundo”, devido ao tamanho “avantajado”. “Chaplin gostava mais do que qualquer outra coisa de deflorar uma meninota virgem”, nota Irving Wallace. “A forma mais bonita da natureza humana é a menina bem mocinha começando a desabrochar”, disse, nada politicamente correto para os tempos atuais.
🏃Chaplin tinha o hábito de acolher meninas em seu estúdio. A primeira da lista, Mildred Harris, tinha 14 anos, em 1916, quando entrou para o círculo íntimo do diretor. Chaplin prometeu que a garota seria estrela de um filme, mas, quando ela disse que estava grávida, o diretor não gostou. Sob pressão da mãe de Mildred, teve de se casar, em 1918. “A gravidez de Mildred era alarme falso.” Mais tarde, tiveram um filho, com deficiência física, que viveu apenas três dias. O ator e a alpinista social se divorciaram em 1920.
🦹Irving Wallace conta que, para atrair garotas, Chaplin contratava “artistazinhas” para dublar a atriz principal, “tanto em cena como na cama”. Lita Gray chamou a atenção do diretor quando tinha somente 6 anos. Aos 12 anos, andava pelo estúdio de Chaplin “sob os olhares amorosos do seu diretor dominador. (…) Em 1923, durante a filmagem de ‘Em Busca do Ouro’, tentou violentá-la no quarto de hotel que ela ocupava. ‘Ele beijou minha boca e meu pescoço e seus dedos voaram para o meu corpo apavorado’, escreveu Lita. Mas Chaplin não era um Casanova que desistia. Depois de muito insistir, “tirou a virgindade de Lita”, na sauna de sua casa. “Chaplin era muito consciente de seu charme sexual. Uma vez, quando Lita comentou que ele podia provavelmente ter qualquer uma de cem meninas em dois minutos, Chaplin corrigiu-a rapidamente. ‘Cem, não’, disse ele, ‘mil’.” Como o diretor não usava preservativos, pois achava-os “repelentes”, Lita, de 16 anos, ficou grávida. Chaplin tinha 35 anos.
🤹Ao ser informado por Lita da gravidez, Chaplin sugeriu que abortasse. Lita rejeitou a proposta e não quis 20 mil dólares para se casar com outro homem. “Ameaçado por um processo de paternidade e acusação de estupro, Chaplin concordou em se casar. Na viagem do México a Los Angeles, depois do casamento, em 24 de dezembro de 1924, ele sugeriu à sua mulher grávida que se suicidasse, atirando-se pela janela do trem. Ainda assim, apesar de sua hostilidade, Chaplin conseguia separar o sexo da afeição, declarando que podia fazer amor com Lita embora a detestasse”, revela Irving Wallace. Em 1926, bem antes, portanto, das investigações implacáveis do FBI de Edgar J. Hoover e do macarthismo, Lita, então com dois filhos de Chaplin, pediu divórcio. Na ação  cópias eram vendidas nas ruas, Lita dizia (é sua versão, mas crível) que “Chaplin teve nada menos do que cinco amantes durante os dois anos de casado, ameaçou-a com um revólver carregado mais de uma vez; quis tentar um ‘ménage à trois’, e demonstrou grande desejo em fazer amor em frente a uma plateia”. Lita também se recusava a fazer sexo oral em Chaplin, o que o deixava irritado.
🏇A terceira mulher de Chaplin, a atriz Paulette Goddard, não era menor quando se casaram. Tinha 20 anos. O casamento, realizado no seu iate, o “Panacea”, naufragou cedo. Em 1941, Joan Barry, de 22 anos, começou a persegui-lo, dizendo-se apaixonada. O artista gostou, mas apenas no início. Porque Joan era maluca e quebrava janelas de sua casa e ameaçava se matar. Tinha o hábito de invadir sua casa e, por isso, Chaplin chamou a polícia para prendê-la. Estava grávida de três meses, mas o diretor não se importou com isso e Joan ficou um mês detida.
🤹Em seguida, quando seus filhos assediavam Oona O’Neill (1925-1991), filha do dramaturgo Eugene O’Neill, Chaplin, sempre atento às meninas novas, cantou-a e prometeu-lhe casamento. Levou a melhor. Oona tinha 17 anos. Eles se casaram em 1943. Foram felizes, dizem as biografias. Aos 54 anos, Chaplin parecia sossegado, ainda que existam suspeitas de que tenha mantido algumas amantes. Mas sua vida, pouco a pouco, foi deixando de ser escandalosa e os tabloides perderam o precioso maná.
🏃Mesmo se relacionando com a equilibrada Oona, Chapin continuava “perseguido” por Joan Barry, que, além de um processo de paternidade, exigia uma polpuda pensão. Chaplin deu-lhe dinheiro e, por isso, acabou indiciado pelo governo. No julgamento, um verdadeiro circo, o advogado de Joan disse que Chaplin era “um nanico de Svengali” e “um homem desprezível e libidinoso”. Talvez seja uma síntese do Chaplin que se esconde na pele do “romântico” Carlitos, mas, claro, há também um evidente exagero, porque o ator-diretor, como criador, era muito mais do que disse o advogado. Como um exame mostrou, a criança não era filha do famoso diretor. Na verdade, Joan e o advogado queriam arrancar dinheiro do milionário Chaplin, o Pelé do cinema. Para chocar a plateia, e para forçar Chaplin a negociar, o advogado chegou a dizer que, sexualmente, o artista era impotente. Aos 55 anos, sem qualquer receio, Chaplin disse que “ainda era bastante potente sexualmente”. Irving Wallace declara que, embora absolvido e não fosse o pai da criança, “foi obrigado a pagar pensão”.
🏇Como a imprensa e políticos americanos, como o senador Joseph McCarthy, anticomunista ferrenho, começaram a “perseguir” Chaplin, assim como fizeram com outros atores e diretores de cinema, o artista e Oona mudaram para a Suíça. Segundo Irving Wallace, Chaplin e Oona eram “felizes” e mantinham um relacionamento “sereno”. Se tivesse conhecido Oona ou uma moça como ela há muitos anos, jamais teria tido problemas com mulheres. Toda minha vida esperei por ela sem nunca saber, disse Chaplin, culpando, claro, as mulheres e perdoando-se pela libido exacerbada. As biografias admitem que procede que muitas mulheres se aproximavam do diretor para arrancar dinheiro ou conseguir bons papeis em seus filmes. Eram alpinistas sociais ou profissionais. “Chaplin teve mais oito filhos, o último quando estava com mais de 70 anos.”
🦹O que se disse acima diminui Chaplin.. 
Como artista, não. 
Porque os filmes de Chaplin aproximam-se de arte, porque são finamente perspicazes, artesanais e suas digitais aparecem com firmeza. Alfred Hitchcock e John Ford aproximavam-se de Chaplin. Ao mesmo tempo, como queria o próprio Chaplin, que jamais se considerou ideólogo, são entretenimento de primeira. Como escreveu o poeta Carlos Drummond de Andrade, “ó Carlito, meu e nosso amigo, teus sapatos e teu bigode/caminham numa estrada de pó e de esperança”. Chaplin e Drummond, “cansados” de serem modernos, se tornaram eternos, possivelmente. Com a recuperação de uma parte de sua vida que é intencionalmente esquecida, soterrada pelo mito, o da perfeição, e pelo crítico corrosivo da sociedade moderna, a que transforma o homem em máquina, tão descartável quanto uma máquina velha, o homem Chaplin talvez saia menor. Mas é provável, se visto de outro prisma, que o homem fica mais humano, com suas contradições e idiossincrasias. A vida sexual desregrada  às vezes com mulheres oportunistas, mesmo menores  integra a vida íntima do cidadão Chaplin.