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domingo, 15 de junho de 2025

Suicidio não controlamos a vida.

Ah...
que não controlamos a vida.
Mas, mesmo assim,
devemos tentar ter
algum controle sobre ela.
Viver até quando....
e qual qualidade de vida desejada..
Hoje
o Velho e suas perspectivas

estariam melhorando...
aih.. algum alívio....
Ou preferimos acreditar
que o sofrimento nos redime...
de algo..
um efeito a uma falta de amor
Ou..imaginar que nossa simpatia
e nosso afeto sejam panaceias.
Pouco nos importa respeitar
a infelicidade ou a sina de morrer dos outros.
no fundo o que queremos preservar é nossa (suposta)
capacidade de fazer os outros felizes.

Quando descobrimos que um outro,
(sobretudo um próximo),
não quer viver mais,
nossa primeira preocupação é com nossa impotência... como é possível que nosso amor não seja suficiente para que
ele ou ela queira viver...
Aceitar a vontade de morrer do próximo
seria aceitar o fracasso de nosso amor por ele.
Para a Igreja Católica,
desde o século 5º (Concílio de Arles),
o suicídio é um tremendo pecado contra a vida,
que é um presente de Deus.
Mais tarde, outro concílio aumentou
a dose e decidiu que os sobreviventes
de tentativas de suicídio
seriam excomungados.
Cá entre nós, se Deus quisesse que a gente nunca
tivesse vontade de morrer,
Ele se preocuparia em fazer com que a vida de todos
valesse a pena;
seria mais eficiente do que excomungar os suicidas.
Inventamos que a vontade de morrer ofende a Deus para evitarmos admitir que o suicida não achou que nós fossemos uma boa razão para ele continuar vivendo.
Em suma, com a "melhora" de Valentina, podemos voltar a acreditar que o amor basta para dar vontade de viver a quem se sentir amado. Queremos acreditar nisso ainda mais quando se trata de uma criança ou de um adolescente.
Há um ano, a Bélgica tornou possível a eutanásia de menores.
Escrevi sobre o fato ... comentando que a lei belga talvez fosse "o começo do fim de nosso jeito louco e narcisista de amar as crianças ou seja, daquele amor que diz: como é que nossas crianças poderiam ser infelizes (pior, desejar a morte), se nós existimos e as amamos?".
E concluí: "Os legisladores belgas souberam colocar as crianças antes das necessidades narcisistas dos adultos --reconheceram que ela não é obrigada a querer viver só para que a gente se sinta bem".
Procurando o vídeo de Valentina, esbarrei nos da Exit e da Dignitas, as associações suíças de assistência ao suicídio. Para mim, eles são perturbadores. Por quê?
Não estranho o fato de que as pessoas que se suicidam diante da câmera pareçam estar ótimas --algumas até capazes de fazer brincadeiras na hora de tomar seu barbitúrico final. Imagino facilmente a alegria maníaca que a perspectiva da morte iminente pode suscitar em quem sofre além da conta.
Se mal consigo assistir a esses vídeos até o fim é porque, de alguma forma, eu também me sinto responsável, como se tivesse o dever de fazer que essas pessoas, apesar de sua dor, amassem a vida.
Ou seja, como se eu devesse ser, para todas elas, uma razão de viver. É a ampliação da ideia infantil de que nossa presença ao mundo deveria bastar para que nossa mãe fosse totalmente feliz.
Alguém me pergunta: e se alguém se arrepender depois de tomar seu veneno? Tem como voltar?
Não. Mas receio mais o caso inverso. Se, numa doença degenerativa, eu espero demais, posso passar da fase em que ainda conseguiria me matar ou convencer os outros a me ajudarem a morrer.
Para essa questão, esperando a estreia do filme "Para Sempre Alice", em 12 de março, veja o livro homônimo de Lisa Genova. Ao final, sempre somos derrotados.
Se pensarmos nisso, nada vale a pena.
Mas, antes da morte, tudo vale a pena justamente
porque nunca venceremos
a batalha do fim.