Ah.. se não existisse montanhas...aqui
Ah...Iomerê,
não seria tão linda..
Hoje já não
me pergunto
mais...pois sei que
montanhas nas paisagens
de Iomerê, são eternas...
e no meu olhar,
pousaram
tantas vezes,
e serão
sempre assim,
eternas..
como na foto...
das
montanhas,
outras
vezes
imortalizada
ou na foto
com crepúsculo,
em Iomerê
com minha
filha Isabella.
Mas num tempo lá atrás,
ano de 1972,
em Curitiba ainda
me perguntava..
como na poesia do
elegante e inteligente
T. S Elliot, o poeta inglês
mas nascido no Estados Unidos...em seu famoso
The Waste Land (1922)
"Que farei agora?
Que farei?
Que faremos amanhã?
Que faremos jamais?
Ou sobreviverá alguém..
Já sabia ali,
naquele canto do mundo...
Lá longe em Curitiba...
que tudo é incerto,
as vezes
é tudo uma miragem..
Mas hoje penso nas ruas,
nos amigos...na praça..
nada de Iomerê,
se perdeu neste tempo,
mudou sim
a praça,
as casas, as
pessoas..recentemente,
perdi professores
amigos
e colegas
de Frei Evaristo,
que eram de Iomerê,
e a cidade continua
sendo bela.
Esta é a melhor resposta,
que é a de hoje.
Tudo passa, tem coisas
que sempre ficam na
memória de cada um
a memória minha
é igual de cada um..
de Iomerê,
quando
lembrava
do professores
como a irmã Otalia,
irmã Odila,
meus amigos,
colegas de Frei Evaristo,
Valmor Zanellato
Lourdes Colissi,
que se foram.
Depois de ver
o pôr do sol
em Santo Ezidoro,
interior do município.
o sol caminha devagar,
e atravessa o mundo,
e vem até a linda Iomerê.
Não me canso de fotografar aqui..
além do mais sou proprietário de um terreno relativamente grande.. exatos
60.999, 92 metros..
Vizinhos meus
Srs. Lino Mariani,
Arlindo Pagno
e Ivo Pagno.
Este lugar um dia chamou-se de propriedade
de Domingos A. Pagno.
E seu filho mais conhecido
como Augusto Pagno,
já falecido.
Do sítio à praça..
de Iomerê..
vou de encontro ao centro
de Iomerê,
passo pala rua Pedro Penso,
as belas fotografias e não só,
me lembra,
como mudou tudo...
mas eu vivo...
aqui desde 1963,
os anos passam,
o jipe,
o carro de boi
já não estão mais,
nem mais as casa
dos antigos de tábua de pinho
ou araucária...
o modelo de casa que veio da Itália..
Estou na rua João Rech, parente da amiga Clarice Mariani..
que como eu ama Iomerê...
do sol, do céu azul...
Volto à praça....
os belos montes arrebatam mentes
e corações aqui,
A praça..
ou
Square...
é tudo mudou,
lembrando da praça antiga.
e vendo a nova.
Mudaram os tempos, eu mudei
Só que não nada demais era...
alguém que conhecia
só o universo variado e as vezes sufocante
da vila de Iomerê,
onde vivia,
com meus pais,
onde tinha além de tudo,
um olhar controlador
dos costumes,
dos vizinhos
e das freiras
e dos padres,
havia as amarras
no comportamento
a tudo que
se deveria ser,
e
responder
as demandas,
por conta
dos católicos
em sua maioria,
e havia uma espécie
de consenso
religioso e social,
até nas pequenas
intrigas
entre moradores...
Sim...
agora nas
observando
as ruas calmas de Iomerê,
que circulo
sempre que venho aqui,,
nas quais circulávamos,
quando criança,
estão belas como sempre.
Já houve um tempo,
que andava com
a ilusão de que estávamos
num fim de mundo brasileiro.
Mas os rostos que cruzávamos,
logo
desfaziam essa fantasia colonial...
ou retrograda...
Ali os italianos haviam
também deixado suas marcas,
há um séculos atrás,
só que não estamos no fim do mundo,
mas em Iomerê, no Brasil...
Antes de cada sobrenome
familiar havia sempre uma palavra em português ou italiano:
Antonio,
Genaro, Pietro,
Alessio,
Vitorino.
O português, como idioma
que chegou com a expansão do lugar..
surgiu junto com o dialeto italiano..
Mas já no finalzinho do século 20,
quando estive por lá (1998
depois de 10 anos),
para encontrar já não há quem falasse só no dialeto de língua italiana
com fluência em meio
à maioria
que se comunica no (para nós)
português,
mas era preciso garimpar.
Talvez fosse possível trocar
uma ou outra palavra
com um religioso na matriz..
São Luiz Gonzaga.
A presença católica
ainda é forte por lá.
Eu mesmo conferir
um casamento
cujos rituais não ficam nada
a dever ao Vaticano..
No efêmero tempo,
e vejo tudo,
nos seus traços
em uma caminhada da praça,
tudo meio silencioso...
procurava os traços
efêmeros de muitos,
sua existência,
aqueles que vão
sendo apagados, há prédios
novos de concreto,
tudo a ver com
a pela fugacidade
de um tempo
dominado pela
vida moderna...
como prédios e asfalto.
Como deixar
a marca no meu caminho
em um mundo que devora tudo
tão rapidamente..
Ainda lembro...
Acho que sou um cara
que busco dar
voz a todos de Iomerê,
dar voz às pessoas,
dar voz à objetos
dar voz
às lembranças que não
teriam espaço
no mundo
dos grandes...
nem dos pequenos..
nem do
poder publico..
do estado em si.
Só que não
nada demais era...
alguém que conhecia
só o universo sufocante
da vila de Iomerê,
onde vivia,
com meus pais,
onde tinha além de tudo,
um olhar controlador
dos costumes,
dos vizinhos
e das freiras
e dos padres,
havia as amarras
no comportamento
a tudo que se deveria ser,
e responder as demandas,
por conta dos católicos
em sua maioria,
e havia uma espécie
de consenso religioso
e social,
até nas pequenas intrigas
entre moradores...
Imagino isso assim,
em todo lugar pequeno
na Itália.
Gostei e gosto,
da ideia
de que mulheres podem
ficar independentes
e levar outra vida em
um lugar distante...
Agora que vejo
ela lá a Isabella..
lembro do Italianos
que foram
aos EUA,
e
vieram ao Brasil.
EUA,
e Brasil,
foi algo que começou no século 19
e mutos anos no século 20,
lá longe,
mas é algo bem palpável.
Senti isso dela,
que emigrava,
ir embora
para outro pais..
a Irlanda,
corajosa,
sinto agora
por quem
viveu essa transição..
nos anos de 1890
ou nos anos 1960...
Meu avô, era de Enego,
Vicenza e veio
ao Brasil em 1898,Silvio Dalmolin
nasceu em 10/09/1885,
nasceu em Enego
na província de Vicenza
no Vêneto Italiano
e Elisa Catharina Ballen,
nascida 1896
em Feltre Belluno,
Tb,
norte da Itália,
Chegaram aqui no fim século 19,
eram portanto italianos...
nunca se nacionalizaram brasileiros,
tiveram muitos filhos e filhas.
Minhas lembranças de garoto,
alimentam também este post,
no meu blog..
Silvio meu avô, ele,
era muito comunicativo,
fumava um palheiro,
tomava vinho,
que se encontrou com
a vila de
São Marcos em Tangará.
seu trabalho,
onde viveu da lavoura onde morreu
em 1970.
A vida era dura
no começo do seculo 20..
nos anos 60 melhorou...
Hoje o comportamento e a sociedade está bem diferente..
dos meus anos 60...
enfim transformado..
mas foi de modo muito,
mais gradual
e particular
no seu tempo,
foi um tempo,
sem estradas e serviços,
até que a mudança
se impôs completamente..
assim como tudo,
na época da Imigração,
no EUA, e no Brasil.
Nem eles, os Irlandeses,
ou Italianos, como eu
não imaginei eles nem também tudo que
fariam e que são hoje.
Mas é certo que
os descendentes, não
se sabiam, o mundo
em que iriam crescer,
ia ser completamente
diferente.