Rebel: Imagens, palavras...a essência... a natureza

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terça-feira, 22 de outubro de 2024

A vida no campo II

Não por conta 
da beleza do sol, 
do céu 
mas das paisagens, 
do vento que sopra,
em todo caminho, 
na fria tarde,
cheguei 
na fazenda,
ouvindo 
o ruído do 
vento constante,
e  o frio de junho, 
marcas do lugar, 
tão 
presentes aqui 
em 
Água Doce... 
Longe da cidade, 
e agora
no campo,
longe
é outono...
aqui,  
hoje há o preto 
do asfalto 
e cascalho
em quase 
em todo percurso na fazenda,
mas ainda, 
os mesmos sinais 
em todos lugares... 
O verde do pasto,
os vales, 
as colinas,
os capões de mata, 
escassos porém, 
na cerca que margeava,
toda estrada, 
o gado 
e o galpão enfim.
No caminho, 
todo pouco jeito 
das mudanças de estação,
pouco presentes,
mas
paisagens exóticas,
o verde que marca muito, 
na vegetação rasteira,
que 
tudo aqui 
muda pouco... 
a cada 
estação, 
com os anos..
...
Tudo misturado,
de algo que foi...
que é, um pouco diferente,
porteira afora,
mas porteira 
adentro, 
é tudo tão familiar ou bem 
parecido,
de um dia,
que me 
acostumei ao lugar,
estive 
nestas bandas,
ainda menino...
e agora,
sinto que 
continua, 
quase tudo igual.
..
Na sede da fazenda
há folhas caindo,
em poucas árvores, 
folhas no chão, 
vermelho 
e dourado.
Mas os dias 
andam curtos, 
noites longas.
Mas por  
mudar, 
de lugar,
recém deixei 
a cidade,
não deixo de 
pensar 
nas 
relações humanas, 

hoje tão mais afetivas,
por esta região, 
pouco povoada,
que me dá,
no meu campo,
o sul do país, 
que evoca  tanto,
ver os 
poucos de 
seus habitantes...
me recebendo.
Um lugar distante..
agora, 
um cara 
já maduro,
que chega aqui 
para tentar  
relembrar e 
resgatar 
algo vivido 
em meu passado.
Para isso,  
no campo, 
é preciso reatar 
a relação 
com a paisagem...
com os peões,  
do mata Burro 
lá longe,
a cerca de arame,
o chimarrão,
o campo
de quem me 
afastei há  mais,
40 anos,
e fui viver 
numa grande cidade.
No começo dos anos 70,
deixei 
o pequeno povoado 
de Iomerê, minha terra,
vim para cá,
em estrada de chão,
era tão distante,
quando revi,
o pequeno mercado 
aqui, no 
Horizonte,
onde  tropeava gado,
era ainda  tão jovem.
Por alguma razão, 
que 
descobri nos anos 70 
e foi intensificando,
no anos,
o que 
guardo imensa recordação 

admiração do lugar.
Claro que a câmera,
me acompanha, 
com a intenção de mostrar 
que, 
nesse ambiente  campestre, 
há menos pessoas e muito gado,
a natureza 
tão imponente, 
às vezes ameaçadora,
pelas cercas de arame, 
o gado bravo. 
animais peçonhentos.
As relações 
aqui tem  hoje, 
um outro sentido
da cidade que vivo, 
e aqui, 
são moldadas 
pela solidariedade 

pela ideia de que é preciso 
enfrentar a adversidade...
do gado
no campo,
os dias frios, 
a garoa,
as vezes o vento 
e chuva 
e
a solidão.
Nenhum encontro é desperdiçado. 
Nm diálogo na beira de estrada, 
vendo a grama verde e o gado,
..
ou 
a lojinha de 
secos 
e molhados no  Horizonte,
não posso 
deixar de 
conter uma reflexão, 
das grandes dimensões do campo,
a essência do lugar, onde todos ficam bem, até
o gado que fica aqui 
no máximo 
poucos mas que 3 anos,
onde está implícito 
nas relações,
que tudo se dirige,
em função do abate do gado,
ou a finitude de tudo que pasta.
Assim são também os encontros 
com as poucas
pessoas 
de diferentes idades... 
com seu cavalo 
e o inseparável chimarrão.
É como se cada peão quisesse 
educar-nos 
para a necessidade 
de cada um deixar o estresse da cidade grande, com suas  angústias e medos, ameaças da violência,
e
dar o devido valor,
da vida sossegada,
na beira do fogo de chão, 
papeando,
tomando mate,
ou café campeiro,
nesses diálogos simples, 
que já ouvi lá longe, 
que  hoje tenho,
tanto respeito e admiração
com a natureza aqui

que pouco acontecem 
nas paisagens 
urbanas 
das grandes cidades.
Nesse sentido, 
tudo 
vai de encontro 
como em  textos recentes 
do meu blog, 
centrado em descrições 
que senti que foram muito 
espirituosas,
e ocorrem 
nestes
espaços distantes,
nestes pequenos mundos, 
e reforçam  que a vida 
no campo é ainda tão 
inspiradora.
Em que faço uma reflexão, 
sobre a minha relação definitiva, 
com o lugar...
Há agora 
uma relação da arte fotográfica 
do campo e eu.
um desafio escrever.
http://acreb.blogspot.com.br/2015/06/a-vida-no-campo-e-tudo-isso.html 
No lugar..
dá-se uma real manifestação 
de algo que já havia nos anos 70,
mas o contrário de lá...
além do silêncio 
há enfim,
a interação 
tão intensa
com a natureza, 
que põem o homem,
diante de seus sentimentos...
que este mundo é capaz de propiciar,
aqui há meu interesse 
hoje muito além de tudo,
de fotografar,
Nem todos aguentariam..
tanto silêncio, 
berro de bois e vacas, 
o papo simples do peão.
Assim,  
o supérfluo, 
da cidade,
cede lugar ao calmo,
final de tarde,
olhando o 
sol se pôr,
no horizonte,
que me atualiza, 
para nossa época em que se confunde tudo,
ruídos com progresso,
prédios de cimento cheios de cercas de ferro, e o tão ausente lazer e bem estar,
mas são questões, tão ou mais fundamentais,
tão presentes aqui, 
como, esta pergunta,
"para que se vive com tanta poluição" 

"para quem se vive,
em lugares tão agitados 
e barulhentos, 
das grandes cidades",
com tanta gente...
em busca  de algo 
não tão claro, 
deixar o pavor,
pelo prazer,
como que vejo a resposta,
agora,
aqui no campo...
da tranquilidade tão rara, 
muito 
pasto, 
e gado...poucas pessoas 

uma vida tão singela.