Luz, escuridão e sombras...
O que mais é sombrio é ter como companhia da vida, a desilusão... a decepção... a descrença... o vazio... o marasmo... o que mais cansa é viver esse cotidiano sem graça... sem magia...sem alegria de viver... sem perspectiva de dias ensolarados...
A luz é o mundo das nossas felicidades e dos nossos amores. Sem luz estamos completamente imersos num mundo de sombras e escuridão que é o dos nossos sofrimentos, das nossas infelicidades e dos nossos ódios e temores.
Não sentir é evitar até o sofrimento...Quanto mais aptos ou sensíveis nos estamos para a felicidade ou mais aptos estamos para a infelicidade.
E a literatura que nos revela que todo indivíduo, mesmo o mais restrito à mais banal das vidas, constitui, em si mesmo, um cosmo. Traz em si suas multiplicidades internas, suas personalidades virtuais, uma infinidade de personagens químicos, uma poliexistência no real e no imaginário, o sono e a vigília, a obediência e a transgressão, o ostensivo e o secreto, pululências larvares em suas cavernas e grutas insondáveis. Cada um contém em si galáxias de sonhos e de fantasias, e ímpetos insatisfeitos de desejos e de amores, ímpetos de infelicidade, vastidões de fria indiferença, ardores de astro em chamas, ímpetos de ódio, débeis anomalias, tempestades de lucidez, tempestades furiosas.