Eu
estava sentado agora revendo
velhas fotos.
velhas fotos.
A sala vazia ainda,
no PC,
no PC,
voltei a 1963
vendo a imagem de Kennedy à minha frente,
cabeça baixa,
olhos perplexos
me lembrei quando nós mudamos da cidade,
de Pinheiro Preto
vendo a imagem de Kennedy à minha frente,
cabeça baixa,
olhos perplexos
me lembrei quando nós mudamos da cidade,
de Pinheiro Preto
para morar em
Iomerê
em 13 de agosto de 1963.
em 13 de agosto de 1963.
Ele marcou muito a mim até morrer
em 22 de novembro de 1963,
uma sexta-feira, em Dallas
com duas balas,
uma na garganta e outra na cabeça.
em 22 de novembro de 1963,
uma sexta-feira, em Dallas
com duas balas,
uma na garganta e outra na cabeça.
"O
que vai ser de nós?"....
eu levei um susto...
quando chegamos num caminhão a
cidade...
meus irmãos minha mãe...
Tudo
estava nos eixos,
boas casas,
a crise era a nossa também,
ameaçando nossas vidas,
quando chegamos na nova casa.
Tempos sombrios aqueles..
este é o banco da estação
de trem de Tangará onde nasci.
este é o banco da estação
de trem de Tangará onde nasci.
Tudo nem foi tão mau assim..
o
deles, nem o meu,
meus pais e irmãos.
Mas que diabo,
logo de manhã,
uma advertência mental daquelas.
Imaginei
que alguém poderia dizer...
"Vai ser o que de nós?",
embora não ouvi
de ninguém isso...
O que vai ser de nós?".
Bem, a coisa não era tão
trágica assim.
Por maior que fosse a minha decepção inicial
e depois admiração
aquela cidadezinha,
acreditava que o mundo continuaria o mesmo, principalmente
para mim.
Pensando bem, até que o melhor estava por vir...
para todos nós.
Teria
novos motivos e que começaria a fazer...
na nova cidade que moraria por 09 anos.
Pulando
no tempo e no espaço.
Quando Kennedy morreu estava em Iomere,
junto com meu Pai
num comercio que abrimos lá,
a noticia era uma uma hecatombe...
a noticia era uma uma hecatombe...
eu não
acreditava que, Kennedy tinha sido morto,
parecia que o Sol não nasceria no dia seguinte.
parecia que o Sol não nasceria no dia seguinte.
O que seria do menino comum que resistira aos tempos difíceis em Pinheiro
Preto,
mas que suportaria viver sem as penúrias que tínhamos lá todos...
por algo novo em Iomerê.
por algo novo em Iomerê.
O
mais sábio era esperar pelo dias seguintes,
ver se o Sol nasceria mesmo...
Mas
pessoas novas...
Novas coisas na cidade...
Os padres no seminário..
As freiras do Juvenato.
O grupo escolar Frei Evaristo.
Eu
ia lembrando isso..
me consolando na época,
a gente tinha uma má noticia,
a gente tinha uma má noticia,
no rádio,
mas não
ficaria mais pobre,
já sem a pobreza de Pinheiro Preto
e da Vila Bressan,
e da Vila Bressan,
mas o Sol
já havia nascido lá
para as bandas de Iomerê,
para as bandas de Iomerê,
no dias seguintes prosaicamente,
como fazia todos os dias.
Não havia motivo mais para alarme.
É bem verdade que certas
coisas
que acontecem no mundo volta
e meia volta me inquietam.
Bem ou mal, íamos
levando a vida, até que um dia achei que Iomerê era pequena demais e fui morar
em Curitiba e descobri de cara de nova como a vida eh dura.
Antes, quando não
sabíamos disso,
tínhamos alguns problemas,
mas dávamos a volta por cima.
Agora,
o que vai ser de mim?
sempre me perguntava diante de um novo..
ou diante de novo desafio.
Foi assim em São Paulo,
Pelotas,
Porto Alegre,
e na volta em
Iomerê...
Eu sempre acendia uma
vela na hora mais escura
e rezava nestas situações.
Continuo.
vela na hora mais escura
e rezava nestas situações.
Continuo.