O agora
Fui o ontem,
sempre fui..
desde os anos 60,
um rapaz latino americano...
sem parentes importantes..
mas minha existência,
sempre me achei
uma gota a mais,
neste imenso mar da vida,
Fui, sou assim
assim
sempre a tive
ou a ter a capacidade
de perceber na minha
existência...
meus valores..
minhas virtudes...
meus resentimentos
vem de lá longe..
Entre os milhões,
ao nascer,
ao viver
com quem você
não escolheu..
eu também,
sou como e
como o outros seres,
potencialmente...
também fui cerceado,
bloqueado,
deformado
no ambiente familiar,
mas também e
muito como manifestação
da hereditariedade..
doeu demais
e doi..muito ainda...
esta loucura chamada família
e seu podres.
Eu também mesmo assim
me arranjei
nas minhas crenças,
falo de religião catolica,
meu abrigo
por muito tempo..
...nos padrões,
pelos quais vivo, que vem de lá,
e no entanto
a própria satisfação de
ser o cara que sou hoje..
A minha insatisfação de lembrar.
de encontrá-los sempre..
nas lembranças
será sempre manchada pelo fato
de que nunca ter sido feliz
junto a eles
e de não ter atingido
o ápice..do amor..
ali no seio familiar...
era tudo assim uma
vida superficial,
no conjunto de valores
que nada me enobreceram.
Meus Deus,
a vida é e foi sempre
uma solidão,
apesar de todos
os diazepínicos...
apesar
dos falsos brilhos
dos “encontros”
alegres
sem
propósito
algum,
com todos os falsos
semblantes
sorridentes
que todos
e todas vezes..
meus falsos brilhantes..
hipocritas..
tantas vezes que
sentamos juntos a mesa..
tudo muito falso.
tudo ilusão...
tentamos...
absorver,
acima de tudo,
testemunhamos...
tudo isso foi por um bom tempo..
E
quando
você
finalmente
sabe..se dá conta..
que
não encontra
ali
uma pessoa
com quem
sente
poder abrir
a alma,
e chocado cai fora..vai bem longe,
Choca as palavras pronunciadas,
eram..como atitudes...
tão ásperas,
tão feias,
tão desprovidas
de significado
e tão débeis,
por vezes..
o pequeno quarto escuro..me
fez companhia..
sentia dentro de mim
mim tudo isso..
durante tanto tempo.
Sim, há alegria,
realização
e companheirismo..
á fora.. mas a solidão da alma,
em minha
autoconsciência medonha, era..no lugar
que moramos algum tempo,
Iomerê..
é horrível sentir assim...
mas tinha que ser..procurar
e ter o equilíbrio necessário.
