Rebel: Imagens, palavras...a essência... a natureza

Rebel

LOOKING IN WINDOW


R.E.B.E.L - Most View- - Week- Top Ten

sábado, 4 de março de 2023

Thin and Happy ever after

Chega uma hora em que a pessoa gorda, desiludida, desiste. "Terrivelmente reincidente", nas palavras de uma psicóloga especialista em transtornos alimentares, ela já nem encontra mais lugar nos consultórios.
Já sabe tudo que vai ser dito e sabe que nada terá um resultado efetivo.
A pergunta é esta: por que gente instruída, muitas vezes bem-sucedida no trabalho ou na vida social, não consegue justamente o que mais quer: parar de comer e emagrecer.
A resposta, defende a especialista, passa pela dificuldade de evitar a autossabotagem.
É constrangedor não conseguir vencer as próprias vontades, e tendemos a olhar para essas pessoas e ver falta de vontade ou mesmo vergonha na cara, escreve alguém
 em..
E foram magros e felizes para sempre.
Ser magro ou com o pedaço ajustado e ser feliz sempre.
Mas o autoengano ou sabotagem emocional é algo comum e poderoso. Tanto que não atrai a atenção só de especialistas em alimentação, mas de economistas, que há livros sobre o tema, ou biólogos, para quem humanos evoluíram para acreditar em mentiras que façam com que se sintam melhor e justifiquem suas atitudes.
O compulsivo come roubando, justificando-se com um intrincado sistema de compensações, diz um autor
Você conhece a história: "já que é o meu último pedaço", "já que hoje já saí da dieta", "já que o dia foi cansativo", "já que estou de TPM"...
O curioso é que tudo serve como compensação. 
Posso comer tanto porque hoje fui na academia, então estou com crédito, quanto porque não fui, então já perdi a chance mesmo e que se dane.
Ou pior: posso comer jogando a conta para o futuro. "Depois compenso correndo", "depois como menos no jantar".
O argumento de uma psicanalista é que se deve comer só por fome. O caminho mais rápido para engordar é comer por tédio, raiva, depressão, ansiedade. É o que a autora chama de "pensamentos gordos".
O guloso se parece com o fumante: já que não há nada para fazer, ou já que estou ansioso, preciso comer/fumar.
A autora tenta apontar modos de mudar de vida.
SACIEDADE, E NADA MAIS
Primeiro, esqueça dietas, especialmente as milagrosas da proteína, da sopa, o que for. 
"Em geral, só acabam engordando no longo prazo", é o efeito sanfona. Sem lidar com o autoengano, a vida será uma grande alternância de privação e abuso de comida.
Um conselho parte da ideia de só comer se tiver fome. Não fique refém da família, filhos, colegas. Não é porque todos estão comendo que você também vai. Tome seu tempo "e não tenha medo de acabar comendo sozinho".
É preciso se policiar contra a sabotagem. Comer um mamãozinho porque, afinal, é bom para o intestino. "Se o organismo não está pedindo comida, nada no mundo justifica comer. Uma vez decidido a se alimentar, o truque é criar um mecanismo mental que estabeleça o tamanho da fome. Pode ser uma escala de zero a dez e não vale roubar, dez é coisa de quem está fugindo de guerra civil. Se a fome é três, não pegue mais comida do que isso.
Comer rápido é um convite a ir além da saciedade, já que o organismo demora um pouco para indicar que a comida ingerida já é suficiente.
A gente sabe ou deveria saber que o ritmo com que comemos é um hábito –não é fácil mudar. Uma possibilidade é se policiar para sempre largar o garfo após colocar a comida na boca, tentando desacelerar a refeição.
Outro inimigo da saciedade é o tabu do prato vazio.
Fomos criados, aponta a uma psicanalista, por mães e avós que vieram de épocas mais difíceis. Criança boa era a que nunca deixava o prato vazio.
Se nos negássemos a comer, faziam com que nos sentíssemos mal, desperdiçadores, culpados pela fome na África. Se essas vozes ainda ecoam dentro de você, está na hora de questioná-las."
Deixar comida no prato é algo natural quando respeitamos nossos sinais internos de fome e saciedade. Sabendo de tudo isso, alguém escreve não deixe para amanhã. Você vai acabar "comendo por despedida". Mudança com vacatio legis, ou seja, prazo para entrar em vigor, é mudança que já começa com sabotagem da vontade.