Rebel: Imagens, palavras...a essência... a natureza

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sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Um dia frio

Momentos que volto,
neste encontro,
em Palmas,
dia frio,
no gélido inverno,
jogam luz 

sobre a vida,
revendo 

os anos 60, 
para cá.
Vim,

Vi, 
algo assim,
minutos depois 
de 
adentrar na porteira, a estrada, o campo, ter a força tropeira, de
muitos anos atrás
num lugar inspirador
e, 

usando esta memória,
não tão desgastada, 
como
recurso,

de volta no tempo...
Os dias agora não são os mesmos
e mesmo é hoje, igual,
só o gosto amargo  
do chimarrão, 
o mesmo chimarrão 
que mateava pensando 
em que faria quando o dia começar...
tropeando o gado, 
nas estradas miúdas, no meio do campo, depois estradas de chão batido,
na volta para casa...
nas bandas,
Salto Veloso, 
Arroio Trinta 
até Iomerê.
Muita coisa aconteceu na vida 
desse menino homem..
A largura do horizonte infinito, desde o lugar 

em que nasci e 
me criei,
habituei a olhar para longe, 
e  olhava sempre para longe.
Tenho de mim mesmo,

o hábito de olhar para frente, a Liberdade do horizonte,
numa perspectiva bela, 
quase  de sonho.
A visão da fazenda, 

o verde me ensinou, 
a realidade do campo, 
os bois no pasto, 
as aves no céu, 
o vento forte  e frio...
Olho o horizonte..
O Sol, de presença constante,

do ainda suave, amanhecer, 
ao rubro entardecer
Hoje..
o passado,
já acomodado no tempo...
que se traduz em..

uma lembrança feliz..
de quem ouvia o berro do bois...
o som do rio... de águas mansas e claras..
Hoje, tudo começa como
um dia qualquer
na vida, 

um dia incomum.
De excepcional, esse dia
só tem o sol..

além do gado que sai da fazenda.
Enquanto a vida orienta os homens
para mudança,

no meu tempo de tropeiro,
a gente orientava o gado 
em direção do portão..
e do mata  burro.
Um olhar,
e um desejo.. 
de uma viagem tranquila,
um sair na estrada...
um dia gélido,
ver uma vaca correndo,

estimula,
como que se transformasse,
inoportuna 

a retirada do gado da fazenda.
Volto a  intimidade 

do  casa do meu amigo 
fazendeiro, 
o próprio,
na casa grande 

e porém simples, 
móveis
e decoração 

de madeira.
Ao reaparecer,
aqui na fazenda,
traz comigo o passado,
na forma de vivências afetivas
e de experiências
de um antigo tropeiro 

e viajante...
Contando os causos..
do tempo 

e do gado na estrada..
Ele riu.
Eu também.
Mas posso defender a minha ideia,
que aquilo foi e sempre será..
um lugar que...
confesso que onde vivi,

tudo aqui vivo, 
intensamente...
com emoção...

estar aqui,
tudo por aqui.
repete-se,
a vida é cíclica.