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quinta-feira, 21 de março de 2024

Eu ainda lembro dos anos 70

Como todo mundo, 
ainda lembro,
tenho um pai 
e tinha uma mãe,
faleceu em 2011,
mas eram.
descendentes de italianos 
e agricultores,
estes meus avós.
E meus pais 
também eram agricultores 
e depois comerciantes, 
hoje  meu pai é aposentado 
na faixa dos 90,
e minha mãe morta em 2011. 
Dos dois, entretanto, apenas
ocupam um lugar discreto 
na minha vida.
A minha vida nunca teve uma 
vigilância 
em demasia,
principalmente 
por ser mais um,
fui o quinto filho...
até discreta vida 
que é minha vida 
e a minha carreira 
profissional.
Ao filho, sei que minha mãe
e meu pai, 
nunca tiveram 
a rigor uma grande influência....
teve um pouco
como menino precoce..
mas nada como prodígio..
nada como sou agora,
com meus filhos,
que ajudo, 
mas já ajudei mais,
a moldar
as trajetórias
de meus rebentos.
Estudei em Curitiba...
Colégio Bom Jesus
mas aprendi a ler filósofos,
de Platão

de 
Sócrates a Sêneca
e "Ortega y Gasset,
Schopenhauer,
Nietzsche este último,
que ouvia dos padres,
que este é 
um livro de não crentes.
Mas era um livro demais,
só achava,
que não era apropriado, 
o termo só para ateus,
e lá no Paraná,
levava uma vida,
"silenciosa,
eficientemente cultural",
na época onde morava,
o espirito do lugar,
um seminário
de padres de uma congregação 
de  Italianos..
A vida assim, 
o estar monastério
afugentou namoradas,
mulheres,
ameaçadoras ou não,
gurias e 
mulheres ordinárias ou não,
nem 
uma só furou bloqueio,
havia uma 
secretária do Colégio
Bom Jesus,
não resisti a ter 
um certo amor platônico,
já que era um colégio 
de só guris,
* só para meninos*,
de boas famílias
ou
tinha  eventualmente
uma companheira de viagem...
no Coletivo
Reunidas
a Curitiba de vez em quando,
quando vinha a Santa Catarina.
E, mas 
minha família tem uma vida
basicamente, longeva...
isso me garante algum tempo.
Vivem,  
ou tem quase 90 anos, como
meu pai,
o que me permite talvez chegar a ela, 
eventualmente,
no qual não tem nenhuma influência 
na minha vida, 
até meados dos anos 70 do século 20,
até tinha um contato maior,
pois vivi com eles....
Mas 
a aurora de uma vida 
fora de Tangará 
onde nasci
e Pinheiro Preto, 
depois em Iomerê 
que contribuiu para ter 
esta relação mais distante...
Meu pais nunca souberam
quando e como seu filho,
andava no mundo,
nem sequer intuía
a ideia de todas minhas virtudes 
e o que profissionalmente me aguardava.
Além do colegial apurava minhas curiosidades 
com a filosofia
e a psicologia..música
Posso dizer que meus pais verdadeiros
foram os Padres Camilianos,
que fizeram muito
mais,
por me considerar seu filho
muito mais agora, 
que talvez 
a  posteridade pudesse escrever isso..
Escrevendo me disponho
a reconhecer, eles que, no fundo,
foram meus alicerces educacional e cultural falo dos padres Camilianos de Curitiba,
sob a forma pudorosa 
mas influente da minha vida e como legado...
deram a mim seu filho,
os ensinamentos e sua biblioteca
"o feito capital de minha vida",
a amizade magistral de Pe.. Marcolino,
e Pe.. Ernesto,
Pe.. Hugo,
os três figuras admiráveis exceto
na sua timidez e a gagueira do 
Pe.. Hugo
e um mando difícil de resistir,
o de jogar xadrez ler e escrever.
Isso porque, além de escrever e
ler tinha aula de Filosofia e Psicologia
que davam
todos nós por padres 
que eram professores,
nas Universidades do Paraná,
em Curitiba...
assim era nos anos 70.
Eu vi o  bonde vermelho..
na  rua Luis Xavier.. e  rua XV.

Na cidade, de mais 
de 300 mil habitantes 
em 1971, vi a mudança 
de seu perfil.
Em 1972, a Prefeitura Municipal deixa 
o centro da cidade  
só aos pedestres, 
ao transformar a Luis Xavier 
e rua 15 de Novembro
central e movimentada,
em primeiro 
calçadão do país. 
No inverno de 1973, 
já nasce
a  
“Cidade Industrial de Curitiba”..
Em 1974, 
vi os ônibus expressos
Em 17 de julho de 1975, 
a cidade acorda branca de neve. 

Tudo muda nos hábitos no centro
e eu ali..
década de 70.


Lembro de 15.07.1975
eu era apenas curioso,
do tipo mais interessado em cultura,
e nada de um pretenso escritor , 
escrevendo aqui hoje.
Não tinha escrito poemas,
mas tinha textos,
exercícios de prosa 
que mantinha
no meu segredo,
um meio caminho entre
o hobby e o fetichismo,
e quem só um dia se atreveu
a mostrar no seu blog,
quando ganharam forma
em um gênero dotado 
de modernidade da internet..
mas tenho autoridade dizer
que jamais escreveria um romance.
Eu quando estava na Faculdade 
de Medicina da 
Universidade Federal de Pelotas,

Anos 70
tinha menos ou mais de 20 anos, 
era vanguardista
e dedicado só estudos
e mas tinhas algumas vezes 
me dado a conhecer um punhado
de versos dos anos 1900 em diante.
O poema era meu gosto,
consegui me incorporar a ele,
em Porto Alegre.
Conheci depois Mario Quintana,
que me passou despercebido,
até num dia na rua Borges de Medeiros,
mas lendo suas poesias
funcionou como elo crucial
na cadeia de transmissão
entre mestre e o aprendiz. 
O conheci no final de sua vida,
sim era o Mario Quintana, 
em suas caminhadas em 84 e 85,
me confessava que um de
seus projetos mais caros,
que nunca realizaria,
era "revisar
e talvez reescrever um romance,
como Érico Veríssimo,
a que pude conhecer
na Livraria do Globo
certa vez apenas,
pedi há anos,
um autografo
do autor do livro 
"Tempo e o Vento".
Talvez nessa escrita pudesse
ou
encontrasse 
a única possibilidade
de lembrar dos dois,
que pude ver 
e assistir os autores
e suas grandes obras,
ou um milagre
que sempre admirei deles 
sempre
para sempre,
sou grato por isso:
Nas livrarias de Porto Alegre
só se viam suas obras
mais relevantes,
depois de sua morte 
no ano 1975 de Veríssimo
e
Quintana ainda vivo
era ótimo o Quintana nos 80,
já que morreu em nos anos 90...
As obras de Veríssimo
é um exercício narrativo moldado 
pelo século 19:
um livro de ambiente rural,
entorpecido por meses de lutas
na fatídica Revolução Farroupilha,
lembro num trecho..
de um temporal
que se abate sobre o campo
e de tudo mais vacas,
pontes, política,
paixões amorosas.
No coração do romance
há um amor, correspondido
ou equivocado e culpado
é um cenário político que lhe serve
de pano de fundo,
é a revolução
Farroupilha, 
com sua onipotência e brutalidade.
Há o Quintana gosta de escrever
sobre tudo que o rodeia...
este que admirava.
É um poeta instável, 
descompensado, 
que se deixa seduzir 
por lânguidos impulsos 
descritivos 
e então,
como se despertasse de um sonho,
em volta a si, 
amarra dois ou três fios 
que estavam pendurados soltos 
e mergulha de cabeça 
num labirinto de peripécias...
do amor e paixões da vida 
e dos pecados
Rua dos Cataventos
sua primeira obra é de 1940...
É também nessas desproporções
internas que se encontra a beleza,
de suas poesias,
e numa diziam conteúdos 
outra vez estranha e escura,
outra até perturbadas, 
na sua poética de nitidez 
e controle da linguagem 
das mulheres que sempre defendeu.
É difícil imaginar o que teria feito,
o autor Quintana 
se fosse mulherengo
ou mesmo se tivesse se decidido 
se corrigir 
em outros romances 
seus se houvessem, 
sobre esta ótica.
É mais fácil ler os rastros
que o delatam...
como um homem puro...
e com certa inocência
Este, por exemplo: "...."...
SOBRE MINHA....
VIDA..
uma sexta-feira UMA LINDA
mulher me beija 
e com seu sorriso,
me leva da sala ao paraíso,
não há memória suficientemente
grande para comportar
minha vida neste momento
de instantes perenes,
que sua companhia
me presenteou
e que tenho de saudade...
da boa vida..
eu calado..
sucumbi ao desejo,
queria correr, 
queria o perigo,
queria alçar o voo,
de prazeres mais altos..
até ela cair 
como pluma nos meus braços..
E na  inocência,
é a única coisa que tive e senti,
foi esta virtude
de Mario Quintana
 e minha também,
nos anos 70,
me levaram,
a amigos, 
a uma mulher 
na vida, 
desde 
os anos 70,
em Curitiba,
um ponto top...
No Final
da adolescência..
Em Porto Alegre..
maduro e formado,
na foto rua da praia...
mas tudo lá longe...
Ainda Lembro
Lembro de tudo.