...,
A
mentira entristece e
além que
tenhas mentido,
entristece mais
por já
não
poder confiar em quem mentiu. Nietzsche
Ele entendia.
Sobre...
Sobre...
Honestidade
intelectual, um ato
intelectual, um ato
que
se enraíza na
vida, na
autenticidade, em
pensar,
como exercício de liberdade
de dizer
algo sem
mesquinhez ou a
trapaça oculta.
Pensar
é nosso
maior
valor, algo
que deva
ser elevado a sério.
Reportamos
assim
nossas
convicções,
nossas
mais sublimes
esperanças.
Essa
atitude deriva do que
Nietzsche
sabia que filosofia, acima
de tudo
é
duvidar das verdades,
filosofar
é um ato que
se
enraíza na vida
e
um exercício de liberdade,
Em
medicina significa algo
Prodrômico
o que é indicativo de
uma patologia clínica, um ou o conjunto de sinais e
sintomas que prenunciam
uma
doença ou uma alteração
da
normalidade orgânica.
Ele
pressentiu,
em estado prodrômico...
em estado prodrômico...
as
ameaças mais fatais de nosso tempo.
Anteviu
o panorama
sombrio que poderia
sombrio que poderia
advir
do projeto sociopolítico
de
uma sociedade de massas.
*Nietzsche
profetizou que a sociedade
ocidental
caminhava,
desde então, para um
nivelamento por "baixo".
Ele
penetrou nos labirintos da Alma para
além de Bem e Mal e
muita gente tem
"Sonhos
e Pesadelos"
de
Razão não Esclarecidas
a
ler suas obras.
Dentre
os clássicos da
filosofia
moderna,
Nietzsche
talvez seja
o
pensador mais incômodo
e
provocativo.
Sua
vocação crítica cortante
o
levou ao submundo
de
nossa civilização, sua
inflexível
honestidade intelectual..
denunciou
a mesquinhez
e
a trapaça ocultas
em
nossos valores
mais elevados,
mais elevados,
dissimuladas
em
nossas convicções
nossas convicções
mais
firmes, renegadas
em nossas mais..
em nossas mais..
sublimes
esperanças.
Essa
atitude deriva do que
Nietzsche
entendia por filosofia.
Para
ele, filosofar é um ato
que
se enraíza na vida
e
um exercício de liberdade.
O
compromisso
com
a autenticidade da reflexão
exige
vigilância
crítica
permanente, que denuncia
como
impostura
qualquer
forma de
mistificação intelectual.
mistificação intelectual.
Por
isso, Nietzsche não poupou
de
exame nenhum
de
nossos mais
acalentados artigos de fé.
acalentados artigos de fé.
O
destino da cultura,
o futuro do ser humano
o futuro do ser humano
na
história, sempre foi sua
obsessiva
preocupação.
Por
causa dela,
submeteu à crítica todos
submeteu à crítica todos
os
domínios
vitais de nossa civilização
vitais de nossa civilização
ocidental:
científicos, éticos, religiosos
científicos, éticos, religiosos
e
políticos.
Nietzsche
é um dos grandes mestres
da suspeita, da dúvida,
que
denuncia
a moralidade e a política
a moralidade e a política
moderna
como transformação
vulgarizada
de antigos valores
metafísicos
e religiosos,
numa
conjuração subterrânea
que
conduz ao amesquinhamento
das
condições nas quais se
desenvolve
a vida social.
Nesse
sentido, ele é um dos
mais
intransigentes
críticos
do nivelamento
e
da massificação da humanidade.
Para
ele, isso era uma consequência
funesta
da extensão global
da
sociedade civil burguesa,
tal
como esta se configurou
a
partir da Revolução Industrial.
Nietzsche
se opõe à supressão
das
diferenças,
à
padronização de valores que,
sob
o pretexto de universalidade,
encobre,
de fato, a imposição
totalitária
de interesses particulares;
por
isso, ele é também um
opositor
da igualdade
entendida
como uniformidade.
Assim,
denunciou a transformação
de
pessoas em
peças
anônimas da engrenagem
global
de interesses
e
a manipulação de corações
e
mentes pelos grandes dispositivos
formadores
de opinião.
O
esforço filosófico de Nietzsche o levou a
se
confrontar com as
grandes
correntes históricas responsáveis
pela
formação do Ocidente:
a
tradição pagã...greco-romana
e
a judaico-cristã; e o que resultou
da
fusão entre as duas.
Ao
longo desse seu confronto com
o
conjunto da herança cultural de nossa
tradição,
Nietzsche forjou conceitos
e
figuras do pensamento que até
hoje
impregnam nosso vocabulário
e
povoam nosso imaginário político e artístico.
Tais
são, por exemplo, as noções
de
Apolo e Dionísio, transformadas
em
categorias estéticas, os conceitos
de
vontade de poder,
além-do-homem
(Übermensch),
eterno
retorno e niilismo e
a
figura da morte de Deus.
É
impossível se colocar à altura dos principais temas e questões de nosso
tempo
sem entender o pensamento de Nietzsche.
Ateísta
radical, ele atribui ao homem a tarefa de se apropriar de sua essência e
definir as metas de seu destino.
Dele
afirma o filósofo
Martin Heidegger:
Martin Heidegger:
"Nietzsche
é o primeiro pensador que,
perante a história universal
pela primeira vez aflorada em seu
conjunto, coloca
a pergunta decisiva e a reflete
internamente em toda a sua
extensão metafísica.
perante a história universal
pela primeira vez aflorada em seu
conjunto, coloca
a pergunta decisiva e a reflete
internamente em toda a sua
extensão metafísica.
Essa
pergunta reza: como homem,
em sua essência até aqui,
está o homem preparado para assumir domínio da terra?"
Nesse sentido, Nietzsche é o pensador de nossas angústias, que não poupou
em sua essência até aqui,
está o homem preparado para assumir domínio da terra?"
Nesse sentido, Nietzsche é o pensador de nossas angústias, que não poupou
nenhuma
certeza estabelecida,
sobretudo
as suas próprias convicções e
desvendou os mais sinistros labirintos da alma moderna. Com a paixão que
liga a vida ao pensamento, Nietzsche
refletiu sobre todos
os
problemas cruciais da cultura moderna, sobre as perplexidades, os desafios, as
vertigens no fim do século 19. Dessa sua condição, postado entre o final e o
início de duas eras, Nietzsche esboçou um quadro que, em todos os seus matizes,
nos concerne ainda, na passagem a um novo milênio, em direção a um destino que
ainda não se pode discernir.
A
despeito de sua visão sombria, Nietzsche tentou ser, ao mesmo tempo, um arauto
de novas esperanças. Sua mensagem definitiva, a criação de novos valores, a
instituição de novas metas para a aventura humana na história
é
também um cântico de alegria. Essa é uma das razões pelas quais o estilo de
Nietzsche resulta da combinação paradoxal de elementos antagônicos: sombra e
luz, agonia e êxtase,
gravidade e leveza.
gravidade e leveza.
Isso
explica por que, para ele,
o riso e a paródia
são operadores filosóficos
inigualáveis: eles permitem
reverter perspectivas fossilizadas.
o riso e a paródia
são operadores filosóficos
inigualáveis: eles permitem
reverter perspectivas fossilizadas.
Nietzsche,
o impiedoso
crítico das crenças canônicas,
é também um mestre da
crítico das crenças canônicas,
é também um mestre da
ironia.
Sua ambição consiste em tornar
superfície o que é profundidade,
restituir a graça ao peso
da seriedade filosófica.
superfície o que é profundidade,
restituir a graça ao peso
da seriedade filosófica.
Opositor
ferrenha da dialética socrática,
Nietzsche
reedita,
no mundo moderno, o gesto irônico
do pai fundador da filosofia ocidental.
no mundo moderno, o gesto irônico
do pai fundador da filosofia ocidental.
Decisivo
adversário de Platão, sua filosofia talvez possa ser caracterizada
como uma inversão paródica do platonismo.
Definindo-se como o
mais intransigente anticristão, dá, no entanto, à sua autobiografia intelectual, escrita no final de sua vida,
o título Ecce Homo
("Eis o Homem")
expressão empregada
por Pilatos ao apresentar
Jesus a seus algozes,
pouco antes da Paixão.
como uma inversão paródica do platonismo.
Definindo-se como o
mais intransigente anticristão, dá, no entanto, à sua autobiografia intelectual, escrita no final de sua vida,
o título Ecce Homo
("Eis o Homem")
expressão empregada
por Pilatos ao apresentar
Jesus a seus algozes,
pouco antes da Paixão.
Nietzsche,
o filósofo-artista, um
poeta que só acreditava numa filosofia que fosse expressão
das vivências
genuínas
e pessoais, vendo na experiência estética
uma espécie de êxtase e redenção, é, por isso mesmo,
um precursor da crítica
a um tipo de
racionalidade
meramente técnica,
fria e planificadora.
e pessoais, vendo na experiência estética
uma espécie de êxtase e redenção, é, por isso mesmo,
um precursor da crítica
a um tipo de
racionalidade
meramente técnica,
fria e planificadora.
A
despeito da profundidade
e da gravidade das questões
e da gravidade das questões
com
que se ocupa,
sempre
as tratou
em
estilo artístico,
poeticamente
sugestivo;
só
acreditava na autenticidade
de
um pensamento que nos
motivasse
a dançar.
Ele
mesmo imagina sobre
sua
porta a inscrição:
Moro
em minha própria casa
Nada
imitei de ninguém
E
ainda ri de todo mestre
Que
não riu de si também.
Sem
extravasar os limites
esta
explanação de
Nietzsche
se propõe a ser
uma
apresentação
geral
do homem
e
do filósofo Friedrich Nietzsche.
Se
familiarize com os conceitos, as
figuras
e
o estilo de Nietzsche,
não
para depois
encerrá-los em
qualquer
câmara
da memória,
mas
ele desperta
o interesse e
estimula-lo
a seguir adiante.
Aceitar
o desafio de Nietzsche
implica, sobretudo,
pensar
independentemente
e
por isso, às vezes,
também
contra Nietzsche.