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quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Anatomia II

No sábado..
Emoções 
ânimos...flutuando..
o olhar, vendo do alto 
na cidade..bela, 
mirando prédios 
e o rio, já que não 
há lago aqui.. 
Hoje, teve na aurora.. 
já um premiere de
um belo dia.
Olhando, o texto 
vem à mente, vejo....
e escrevo daqui....
..
LEMBRO-ME , 
de uma
época,
na faculdade
de
Medicina
em Pelotas, 
Universidade Federal dali, 
no bairro do Fragata, 
tinha lá,
na cidade,
lagoas 
e lagos ótimos,
uma bela praia,
Tinha lá
na Faculdade
a grama verde,
o bar, 
e um lugar insólito,
a sala de anatomia, 
lembro 
da disposição 
das mesas 
de cimento, 
as mesas metálicas 
e a temperatura fria...
os cadáveres

o cheiro de formol 
que exalavam, 
no 
centro de anatomia.
Um cheiro forte...
um vapor que 
ardia nos olhos, 
era o formol,
que pairava no ar..
nas salas 
de dissecação, 
salas de anatomia,
como que um espírito,
soava tudo como filhos 
de um deus indiferente 
pairando sobre  
a mente, cada vez que 
olhava, os corpos exalando
muito formol.
Minha escolha 
era ser Médico, 
aprender anatomia 
o ofício, 
uma escolha 
de quem 
seria Médico. 
Faltavam cadáveres 
na escola,
algumas vezes
mas nem
por isso,
não íamos ali estudar, 
Mais tarde no
íamos
ao necrotério...
em Porto Alegre,
dali cerca 300 km,
estagiando no sexto 
ano, junto ali, 
nossas indiferenças 

nossas 
sensibilidades 
Pensávamos então: 
"Cadáveres frescos, 
que legal!".
Infelizes 
assassinados, 
atropelados, 
morto
mendigos, 
sem 
atestados de óbito, 
caídos nas ruas,
cadáveres solitários, 
chegavam todos 
para necrópsias, 
para nós 
era só 
o estudo 
de anatomia.
Decidido a aprender, 
a manipular 
o corpo humano,
com uma 
objetividade, 
que fizesse inveja 
a qualquer colega
mais sensível, 
escolhia aos sábados
mas podia ir aos 
o domingos quase  
de forma solitária 
no IML...
ficava horas 
e horas sozinho 
ali.
Com algo próximo,
a palavra "mal"
que me vinha aos lábios, 
era a banalidade 
beijando na boca... 
na alma,
sentia meio 
perdido às vezes.
Por quê..
as pessoas 
morrem de morte 
violenta,
com mais frequência
na cidade grande,
e na grande Porto Alegre, 
era que ocorria,
o mal os encontrava,
na sexta feira 
ou sábado à noite...
e ai tinha 
cadáveres frescos.
Talvez porque saiam, 
de seus 
empregos banais, 
que
vivem cada dia, 
onde habitam, 
na mesmice, 
na sua 
condição 
de nulidade 
na degradação.
e nos fim de semana,
queiram dar vazão,
sentir por alguns
instantes a doce 
irresponsabilidade, 
com a vida, 
nos lugares 
públicos 
ou privados.
Na verdade, 
sentia  ali que,
há um custo em ser
uma pessoa honesta 
e séria na vida,
até ser politico honesto.
Sempre  fui preocupado,
com as 
consequências 
dos meus atos...
via ali que o mal  
habita a carne e o cerne 
de onde tem origem o mal.
Às vezes, 
uma vida correta 
se revela 
uma forma 
desdém,
de escravidão.
Muitas vezes 
não se ganha nada 
com a bondade 
e a dedicação.
E aí, 
na pequena 
desventura, 
um acidente, 
um tiro, 
um assalto, 
a vida acabando,
alegrando a vida 
de um estudante, 
ávido só por aprender anatomia,
nem sempre subjetivo, 
mas cheio de objetivo 
e indiferente.
Diante a constatação sentia 
ali a condição humana, na 
banalidade da vida destes seres,
como que tudo no banal,
nos beijasse na boca,
de um anônimo.
Acho engraçado que 
alguns estudiosos
das ciências humanas 
riem pensando
que gente grande 
se assusta com frases como
"o mal não existe".
existe sim e 
esta na boca 
dos bandidos 
e dos assaltante
e dos político de merda 
que tem por ai. 
Até dos advogados, 
comerciantes etc,
de merda, 
que um dia tiveram 
a sorte de ter algo
e se acham menos 
que merda.
Riem porque 
julgam que dizer,
"o mal não existe" 
se constitui 
numa afirmação 
viril da objetividade 
científica dos Voltaire 
da vida 
das ciências humanas...
Sigo com Hobbes.
O "mal" é relativo 
às crenças culturais.
Aprendemos isso hoje 
já no jardim da infância.
Nas ciências humanas, 
a objetividade científica 
se encontra em 
seu estado infantil 
e inseguro.
A verdade  é  
que há aquela humilde 
forma de se dizer do bem  
que existe 
mas não se sabe qual é o limite.
Há  uma maldição que exala 
por todos os humanos 
que é desnecessária  
ou de necessária,
faz parte da vida...
da cobiça, e dos invejosos.
Ela é conquistada como 
uma praga que vicia
e um vírus que Aleja 
e não mata, 
a quem a conquista.
A palavra "mal" 
representa que 
mal existe no mundo,
vejo hoje,
como 
uma "substância contaminante",
que 
representa antes de tudo
a minha percepção 
de muitas pessoas
que o mundo,
me fez conhecer,
 não faz sentido dizer seus nomes,
eles se encontra...
por ai, 
em Curitiba, Pelotas, em Videira,
e outros pequenos lugares...
ou grandes, 
enfim no mundo.
E de que esta percepção 
se impõe
como insuportável.
O "mal" identifica o mundo
 de hoje,
o mal que vem,
"a inveja" 
e leva a um vazio 
quem se ressente 
no "poder criativo" e
que o mal abriga,
e sempre esmaga 
esse poder  
de criação dos ser humano.
O "mal"  é 
um "Coração 
em Trevas",
no  abismo, 
do mundo e da alma, 
lá vive,
como um um príncipe 
servo da desordem e crueldade.  
Um principado de alguém 
que sempre estará 
mergulhado em trevas,
barrado e 
dominado 
na força inerte, 
da hipocrisia,
que é isso, 
ou tudo o 
que temos...hoje,
O "mal" se dissemina hoje 
por todos os lugares
diz cheguei na noite escura,
que qualquer pessoa 
de valor ao ser abatida, 
percebe, 
como uma bela gaivota, 
sem nenhuma razão especial, 
beija na água do mar  e segue  
voando com 
a indiferença dos lugares, 
das pessoas.
Lendo Kant,
sim   ele 
vejo
que ele,
pode que ajudar aos "cegos", 
que ainda acham....
ou que é  uma
grande coisa afirmar que
"o mal não existe".
Segundo Kant, 
a razão tem 
um princípio embutido,
que se chama,
"principio de razão suficiente".
O que vem a ser isso?
Buscar 
"suficiência" no mundo
é buscar sentido nele,
é esperar que, 
ao final, 
o sofrimento seja justificado
por algum bem maior.
Quando esse bem 
maior não surge, 
a razão entra em agonia.
 A "banalidade do mal" 
faz parte da modernidade.
que nos liga hoje,
por alguém
que habita o mundo,
no ser assassinado  
e brutal 
ou não, 
num acidente,
num assalto simples 
com uma peixeira,
ou arma  de fogo em punho
um mundo...
que acha tudo isso algo 
rotineiro 
e já não se choca mais
Eu e meus colegas 
ríamos enquanto 
abríamos crânios
e espalhávamos 
sua gelatina cerebral
sobre a mesa metálica.
No intervalo, sanduíches, 
Coca-Cola 
e cigarros (bons tempos).
Superar aquele mal estar 
"ingênuo", 
era parte essencial..
mas veio depois
de minha formação Médica.
Ali depois, abríamos as gavetas 
e pegávamos mais um.
Nos meus piores momentos,
ainda vejo aqueles 
crânios rachados,
mergulhados no mais 
absoluto silêncio...
da sala de anatomia.
Ali, aprendemos 
a objetividade científica 
na sua fonte:
e a banalidade da morte.
pensei isso diante muito diante 
do lago de Pelotas..
ou lagoa dos patos...
por isso não há a foto...
ou outra lagoa outros tempos,
ma uma rosa
e diante da beleza..
pensando 
continuo e 
escrever sobre a maldade humana...
a indiferença.
Tem coisas..que é a vida 
eh um longo processo 
da domesticação 
de nossas percepções..
e mais que isso, tem longo 
processo de aprendizado..
O belo..o mais interessante que,
é que devemos aceitar,
 e que nele há muitas coisas 
que saltam aos olhos..
por falta de tempo ou oportunidades..
nunca chegarão..
jamais aos nossos olhos.. 
deu nisso acordar cedo...
por isso não eh bom deixar 
de lado um belo olhar,
como este da uma aurora,
deixa tudo fluir...
Por ora..eu..vejo  aurora,
me calo enquanto aguardo, 
e observo, as vezes até em silêncio, 
com o movimento...
do sol com.. 
cada um tem seus movimentos..
no nosso mundo real...até o sol
Vem aqui...
comigo não existirá algo tão belo, 
outro dia..
o de hoje é só de hoje..
é um um lugar que existe,
neste lugar lindo que 
ainda estejamos acostumado..
saudade do frio dai  e 
aqui há pouco tempo, 
dá um preguiça num sábado.
E aqui tem .....
Tem muita coisa INTERESSANTE...
Aqui há o invisível no vento sobre o frescor da pele..mas
só beleza aos olhos...
na bondade.