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sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Corn

Minha avó contava, e contava feliz, que quando chegou ao Brasil, ficou encantada com a quantidade de milho que tinha aqui...
Eu convivia com colonos que passavam de cavalos carregados de milho na ida ao moinho de Pinheiro Preto e na volta traziam farinha e🌽passavam na frente na minha casa a beira da estrada, na Villa Bressan...na época da épica infância🏃🤾🧍🤸.
Italianos🇮🇹🇮🇹🇮🇹Descendentes Rememorados..
A vida dos italianos e descendentes 🇮🇹🇮🇹 era de muita luta e sofrimento, sua vida em suas casas, parreirais e pipas..se...rezava... em capelas, obras que faziam onde moravam eram....muito devotos nossos italianos.🇧🇷🇮🇹

A vida dos pioneiros, era dura, muitos trabalhavam com na colônia...muitos no interior de Pinheiro Preto..Frigeri, Rigo, Patrício, Costa, Dalmolin, Fontana, etc...Existia um cavaleiro, era o descendente italiano mais forte da Roça de São Roque em Pinheiro Preto, mais conhecida pelo nome ..Linha São Roque. A rotina desse carreteiro era dura e ia desde a alimentação e preparação dos cavalos e mulas para a viagem, até as dificuldades encontradas nas estradas e as blasfêmias proferidas os animais, tudo é descrito em detalhes, sempre vivia com exaltação do trabalho dos colonos na agricultura. Na beira da estrada escutei, por mais de dois anos, começo dos anos 60, o passo lento do cargueiro, na barrenta estrada. No lombo forte do cavalo🏇imigrante transportava o saco de milho ou de farinha. Penosas viagens que duravam dias inteiro, era todas semanas, cada vez tomando caminho passava na Villa Bressan rumo para o moinho, voltando para casa. Estar percorrendo a estrada com vários sacos de farinha era uma afirmação de prosperidade...de um imigrante que já se encontrava em boa situação financeira: "Fartas colheitas de milho que atopetavam os paiois.

Eram colonos em que o vinho transbordava das pipas nos porões. Chiqueiro cheio de porcos em que a banha luzia no lombo da porcada. Foi assim que comecei a vida...ver os cavalos cheios de sacos de farinha..muitos tropeiro que "envelhecera fazendo transporte no lombo dos cavalos .Eu ainda não vi cavaleiro descendentes🇮🇹o🇧🇷 que não blasfemasse..Que um dia se acabou esta profissão. Sim. Mas quando? Se não fosse os cavaleiros quem é que transportava os gêneros, os artigos, toda espécie de carga para colonada.

A polenta é feita com farinha de milho é de origem 100% italiana, e do centro da Itália ao norte? Existem relatos já a partir do final do descobrimento da América...o milho e da América. Era considerada "una cucina povera". Era mais comum nas regiões de montanha, Alpes e pré Alpes nas regiões da Lombardia, Veneto, Vale d'Aosta, Piemonte Liguria, Trentino Alto Adige. Mas seu uso na cozinha era maior na região "di pianura", por isso as pessoas da Lombardia e Veneto eram e ainda são chamadas de "polentone". Hoje é um prato que desliza por toda a península. A polenta mais popular é aquela de "grano turco" ou "polenta gialla", essa conhecida também no Brasil. Pode ser servida com várias consistência, dependendo do acompanhamento. Aqui também é normal "polenta abbrustolita", ou seja, na chapa! O vinho para acompanhar deve ser "rosso fermo, di medio corpo", tipo: Cabernet-Merlot, il Cabernet-sauvignon, la Barbera, il Cabernet, il Rosso del Trentino, il Petit rouge della Valle d'Aosta, il Sassella e l'inferno. Nada de vinho branco! Pode ser servida com queijos, salames, verdura, carnes. E não podemos esquecer que a companhia, amigos e família fazem a diferença na mesa! Aqui em casa somos fãs da polenta, e como descendentes de venetos temos o orgulho de dizer "é si..... Siamo polentoni".
O milho é um cereal originário da América Central.
Cerca de trinta anos atrás, um arqueólogo americano, Richard MacNeish, estabeleceu que o cultivo de milho provavelmente nasceu no grande vale mexicano de Tehuacàn, na região de Oaxaca.
Nas décadas que se seguiram à chegada de Cristóvão Colombo ao continente americano, o milho foi introduzido na Europa iniciando-se um cultivo em pequena escala, o equivalente à pequenas hortas espalhadas por varias propriedades...dos donos das terras (nobreza e clero católico) nas varias repúblicas de então no que hoje é conhecida como Itália, cobravam dos camponeses, impostos e 10% de toda a produção agrícola.
O curioso é que o milho não entrava nos cálculos do dono da terra como produção agrícola.
O milho teve uma grande difusão no século XVII, graças às variedades provenientes dos Bálcãs, que faziam parte do Império Otomano. Graças às condições climáticas favoráveis, as novas variedades garantiram mais que o dobro da produção em comparação com os cereais tradicionais.
Por esse motivo, o milho acaba substituindo outros cereais, como aveia e trigo no interior da Itália, tornando-se a base alimentar dos agricultores do Vale do Pó no Piemonte. A dieta exclusiva à base de milho levará eventualmente a pelagra a se tornar a doença endêmica do interior da Itália.
Na agricultura tradicional, o milho era cultivado com a técnica "três campos": um com milho e dois com trigo, enquanto fileiras de trepadeiras e árvores eram plantadas nos pequenos espaços que restavam.
Dessa forma, os agricultores garantiam os produtos necessários para pagar impostos e o dízimo- ou seja, trigo - e o que era necessário para sua alimentação: o milho que era transformado em polenta, uma farinha granulosa e de cor amarelo ouro...o milho teve grande importância na Itália, ajudando a alimentar famílias de camponeses que lutavam contra desigualdades sociais e uma organização agrícola injusta.
O primeiro documento oficial que fala de milho sendo comercializado em um mercado em Friuli é datado de 17 de setembro de 1622.