Ostentas
sedução!
Oh! como és
linda
e formosa,
Como és
bela
e caprichosa,
Minha
florinha
mimosa
Em tão
virginal botão!
Sobre as águas da corrente,
Que murmura mansamente
Como te inclinas contente
Ao sopro da viração!
O teu perfume tão brando
Os ares embalsamando,
De gozos me embriagando,
Como fala ao coração!
Oh! como falas de amor,
Mimosa, purpúrea flor!
Mas eu não te colho, não!…
Quando te vir outra vez,
Amanhã mesmo – talvez
Já não inspires paixão.
Já estarás desbotada,
Pálida, murcha, coitada,
Com tua fronte inclinada,
Com tuas folhas no chão!…
E eu direi:
ela vivia…
Longa vida prometia
Essa rainha dum dia;
Depois veio o furacão,
E, ai! deixou-a caída,
De suas galas despida,
Sem brilho, sem cor,
sem vida!…
Uma rosa,
uma ilusão.
Poema
de
Casimiro de Abreu.