Aqueles que não conseguem atacar o pensamento, em vez disso atacam o pensador....frase do filósofo, escritor e poeta simbolista francês, Paul Valéry, também ensaísta e crítico francês, nasceu a 30 de outubro de 1871, em Sète (perto de Montpellier), de pai francês e mãe italiana, e morreu a 20 de julho de 1945, em Paris. Foi aluno do liceu Montpellier, pensou em fazer carreira na Marinha e estudou Matemática, mas acabou por se matricular em Direito. Cultivou o seu interesse pela poesia e arquitetura. No fim do curso, em 1892, foi para Paris. Nesta altura, o seu círculo de amigos eram poetas como Mallarmé, André Gide e Gustave Flaubert. De entre os seus ídolos contavam-se Edgar Allan Poe, J.-K. Huysmans e Stéphane Mallarmé. Valéry escreveu bastantes poemas entre 1888 e 1891, muitos dos quais foram publicados em revistas pertencentes ao movimento simbolista, onde receberam críticas favoráveis. O seu desespero e frustração por um amor não correspondido, em 1892, levam-no a renunciar a todas as preocupações emocionais e a voltar-se para a "ideologia do intelecto". A partir de 1894 passou a escrever segundo o método científico, publicando estes escritos nos famosos Cahiers. O seu novo ídolo era agora Leonardo da Vinci. Passou a considerar a literatura como uma perigosa paixão. Inclinou-se então para a matemática mas voltou a reencontrar a criação artística ao procurar estabelecer a unidade criadora do espírito com Introduction à la méthode de Léonard de Vinci, onde contrasta as infinitas potencialidades da mente com a inevitável imperfeição da ação. Elaborou uma ética puramente intelectual com la Soirée avec M. Edmond Teste, em 1895.
Em 1912, André Gide pressionou-o a rever os seus primeiros escritos para serem publicados. Elaborou então o programa daquilo a que chamou "poesia pura", em que o sentido dependia totalmente da musicalidade. Em 1917, publicou la Jeune Parque, considerado o seu melhor poema. Seguiram-se le Cimetière Marin e Album de vers anciens, em 1920 e Charmes em 1922, uma coleção que inclui a sua famosa meditação sobre a morte no cemitério de Sète, onde hoje se encontra o seu túmulo.
Em 1925 foi eleito para a Academia Francesa. A 20 de junho de 1935 foi eleito sócio da classe de letras da Academia das Ciências de Lisboa. Para Valéry, os versos devem produzir encantamento e o poeta tem de crer no poder da palavra e na eficácia do som do vocábulo. Os famosos poemas de la Jeune Parque e Charmes produziram um encantamento tal, que em breve muitos os sabiam de cor. Valéry criou uma nova sintaxe poética e anexou à literatura o domínio inexplorado da sensibilidade. O seu lirismo encontra-se também nos livros em prosa. Mais tarde escreveu vários ensaios e folhetins literários e interessou-se pelas descobertas científicas e pelos problemas políticos do seu tempo. Paul Valéry não escreveu poesia após 1922, mas o seu lugar como um dos maiores escritores franceses estava assegurado. Passou a dedicar atenção aos problemas da escrita poética e à sua composição literária, assim como à matemática e à ciência. Tornou-se uma figura pública bastante importante. Encontrava-se com escritores, cientistas e chefes de Estado estrangeiros. Fortemente interessado pelo estado da física moderna, Valéry proferiu inúmeros discursos e fez viagens por toda a Europa.