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quarta-feira, 13 de março de 2024

Blue Lake

Abaixo uma foto
que fiz de Iomerê..do crepúsculo nos seus lindos morros.


Nada muda só.
só entre os governos.
O meu olhar..
Gosto do..
permanente
fotos são algo perene,
sim persigo alguma permanência,
em um espaço em que tudo se dissolve...
As bases desse universo habitam os limites esmaecidos entre Tangará minha cidade natal e Videira a metrópole tem Pinheiro Preto.
O texto que se enraíza nesse passado,
na realidade da infância.
"A Borda da Mata dos poemas é uma construção mental, um mito pessoal, que tem pouco a ver com a cidade real. Ela se ergue mais como uma construção imaginária para se contrapor à São Paulo desencantada de hoje."
O grande centro urbano captados nos poemas são preenchidos por moradores de rua, corpos baleados e dores esquecidas. Uma realidade que incomoda e serve de contraponto ao passado abandonado do autor.
"Eu sou um poeta que anda de táxi, ônibus e trem. Impossível que essa dor das ruas não me fira e não se reflita no que escrevo. Uma poesia que ignore o social, o histórico, a alienação humana pode se transformar num bibelô estético.
Talvez essa consciência e fuga do esteticismo vazio expliquem sua opção por versos tradicionais, compostos sem o experimentalismo de alguns contemporâneos, apesar da temática semelhante.
"Não sinto essa necessidade imperiosa de ser experimental para estar em sintonia com o caos contemporâneo. No meio dessa avalanche de videoclipes, citações, paródias, me parece que querer desestruturar a linguagem seja mais conservador", afirma o autor que estreou na poesia com "Azul Navalha", em 1988.
Realizando sua literatura dessa maneira, Galvão procura coordenar essa resistência à fluidez contemporânea com a "religação" com uma dimensão sagrada.
"Hoje o homem se vê transformado em mais um recurso, em uma matéria-prima, para ser usado e descartado. Acho que todo poeta tenta despertar no seu leitor o sagrado que ainda está dentro dele adormecido.
Essa concepção do fazer poético alinha-se com a necessidade que transformou o mineiro em poeta. "Fui escrever poesias por insensatez, sentimento de inadequação ao mundo, mal-estar interno.
Galvão já publicou seis volumes, entre eles, "As Faces do Rio" (1991), "A Carne e o Tempo" (1997) e "Ruminações" (1999), pedras de elegante resistência e transcendência poéticas.
Em comum nos dois rituais, apenas a timidez das noivas (e possivelmente a insegurança do noivo, uma vez que boa parte dos casamentos ainda são arranja- dos). E a língua, claro --que não era mais a portuguesa...
Até hoje me pergunto se (e como) ela sobreviverá naquele canto do mundo. E a melhor resposta que encontro é com a música. Conheci artistas por lá que levavam nosso idioma adiante com canções --e, além de raras composições originais, elas eram invariavelmente brasileiras.
De todos esses intérpretes, sem dúvida as que mais me seduziram foram as irmãs Valadares. Naturais de Goa, e donas de uma harmonia impecável, elas tinham então sucesso moderado no minúsculo circuito cultural indo-português. O Brasil, para elas, era um destino apenas musical, de on- de colhiam músicas que se encaixavam nas suas vozes afinadas.
Era um fim de tarde quando começaram a tocar para nós. E foi já com o sol se pondo no mar marrom que elas entoaram a canção favorita das três irmãs: "Copacabana", de Braguinha e Alberto Ribeiro. Tudo em volta colaborava para fazer deste um momento memorável da viagem que eu fazia pelos lugares onde se falava a língua portuguesa. E quando eu perguntei por que essa era a música preferida delas, a resposta veio fácil: porque
"Co-pacabana" tem a palavra que elas consideravam a mais linda na nossa língua.
Saudade...