As tribos germânicas se originaram no norte da Europa, em regiões que hoje correspondem ao sul da Escandinávia e à região costeira do Mar Báltico, abrangendo partes da Dinamarca, do norte da Alemanha e do sul da Suécia. As evidências arqueológicas e linguísticas sugerem que essas tribos começaram a se diferenciar de outros grupos indo-europeus entre 1800 e 500 a.C., desenvolvendo uma cultura, língua e tradições distintas ao longo desse período. Entre os séculos II e I a.C., a pressão demográfica, mudanças climáticas e a busca por terras mais férteis e recursos levaram essas tribos a iniciar um movimento migratório em direção ao sul e ao oeste. Esse período de expansão inicial é registrado por historiadores romanos como Tácito, que relataram os confrontos entre romanos e várias tribos germânicas que cruzavam o Reno e o Danúbio, pressionando as fronteiras do Império Romano. Essas tribos incluíam os francos, visigodos, ostrogodos, lombardos, alamanos, suevos, saxões, anglos e jutos, cada uma com sua própria identidade e estrutura política, mas compartilhando uma cultura e uma língua germânica comum. Embora não formassem uma entidade unificada, essas tribos tinham práticas culturais, religiosas e sociais semelhantes, como a lealdade ao líder tribal, a organização familiar extensa e uma forte tradição de honra guerreira. A religião também desempenhava um papel central, com crenças e mitos que exaltavam deuses como Wotan (Odin) e Thor, figuras ligadas ao poder, à guerra e à sabedoria.
O contato com o Império Romano e a consequente pressão militar e cultural impulsionaram as tribos germânicas a reorganizarem suas estruturas de poder e expandirem suas migrações. Durante o período das Grandes Migrações, do século IV ao VI d.C., muitas dessas tribos germânicas entraram no território do império, onde estabeleceram reinos que dariam origem a várias nações da Europa medieval. Esse período marcou a fusão das tradições germânicas com o legado romano, moldando a identidade da Europa Ocidental por séculos.