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terça-feira, 5 de novembro de 2024

IA

Sobre IA..É engraçado pensar em todas as vezes que a humanidade tremeu com o pensamento de uma nova tecnologia mudar a expressão criativa.

Máquinas de escrever, por exemplo, já foram vistas como caixinhas robóticas que não poderiam capturar a fluidez e a alma da caneta de um escritor no papel. Quando os computadores pessoais apareceram, alguns criativos temiam que acabassem por sacrificar a sensação tangível e confusa de elaborar ideias com as próprias mãos. Havia a crença de que a tecnologia apagaria esse toque pessoal, quase sagrado, humano do processo de criação. E agora nos encontramos aqui, olhando para a IA, uma tecnologia com habilidades que vão além de qualquer coisa que veio antes, despertando esses mesmos medos em novas formas. Nós nos perguntamos: o que significa para a nossa criatividade se os algoritmos também podem escrever, pintar, compor? É como se ao dar parte do nosso ofício às máquinas, arriscássemos a perder algum núcleo de nós mesmos, a nossa espontaneidade, a nossa autenticidade, a própria essência de ser artista. E, no entanto, com o passar dos anos, vimos muitos criativos não só aceitarem, mas abraçarem as ferramentas que antes pareciam ameaças. Músicos agora usam software como Pro Tools para adicionar camadas de profundidade e detalhes às suas paisagens sonoras que o analógico não conseguiu capturar. Os fotógrafos transformam as suas imagens com um espectro de edições digitais, manipulando contraste ou cor para evocar emoções e significados que a imagem bruta sozinha não conseguiria. Para cada um destes artistas, a tecnologia não substitui a sua visão; torna-se uma nova pincelada no seu conjunto de ferramentas, um facilitador de ideias que, antes, estavam simplesmente fora do alcance. Mas, naturalmente, há quem vacile. Para eles, a criatividade é demasiado profunda, demasiado intimamente humana para ser partilhada com qualquer coisa que não esteja viva, que não sente, que não sabe o peso de fazer algo bonito do nada. No final, porém, não se trata tanto de usar a IA no nosso trabalho criativo, mas de como escolhemos fazê-lo. Talvez seja como um velho amigo que nos pode ajudar a experimentar, guiando-nos para aqueles territórios desconhecidos que podemos ter saltado sozinhos. Se pensarmos na IA como uma espécie de parceiro, prestativo, mas não como substituto, ela tem o poder de abrir portas para novas formas de ver e expressar o mundo ao nosso redor. Então, em vez de resistirmos, podemos ver o que o rio da criatividade pode fazer com um fluxo extra alimentando-se dele. A história mostra que o artista sempre encontra uma maneira de manter essa faísca viva, não importa quais ferramentas são jogadas para a mistura. Se encontrarmos a IA com curiosidade em vez de medo, isso pode nos surpreender, ajudando-nos a ultrapassar os limites do que pensávamos possível. Porque, no final, abraçar o desconhecido sempre fez parte da jornada do artista, um caminho que, talvez, nos permita tocar uma peça de algo intemporal.