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domingo, 14 de janeiro de 2024

Virginia Woolf

Virginia Wolf...Podia ser ela mesma, quando estava só. E era isto que precisava fazer com frequência: pensar. Bem, nem mesmo pensar. Ficar em silêncio; ficar sozinha. E toda a existência, toda a atividade, com tudo que possuem de expansivo, brilhante, vibrante, vocal, se evaporavam. Então podia, com uma certa solenidade, retrair-se em si mesma, no âmago pontiagudo da escuridão, algo invisível para os outros.
*Não precisa ter pressa. Não há necessidade de brilhar. Não precisa ser ninguém além de si mesmo.
*A partir de uma certa idade os anos passam voando e os dias são intermináveis.
*Com o dobro da inteligência dele, ela tinha de enxergar as coisas pelos olhos dele - uma das tragédias da vida conjugal.
*Por que são as mulheres...tão mais interessantes aos homens do que os homens são às mulheres?
*O poeta nos dá sua essência, mas a prosa pega o molde do corpo e da mente.
*Quanto mais se envelhece, mais se gosta de indecência.
"A beleza do mundo, que é cedo demais para perecer, possui dois extremos, um da alegria, outro da angústia, rachando o coração em duas metades.
*Gosta-se muito mais das pessoas quando elas são abatidas por um cerco extraordinário de desgraça do que quando elas triunfam.
*Todo segredo da alma de um escritor, toda a experiência de sua vida, toda a qualidade de sua mente está melhor escrita em seus trabalhos.
*O que é uma mulher? Eu lhes asseguro, eu não sei. Não acredito que vocês saibam. Não acredito que alguém possa saber até que ela tenha se expressado em todas as artes e profissões abertas à habilidade humana.
*Não se pode pensar bem, amar bem, dormir bem, quando não se jantou bem.
*Tranque as suas bibliotecas, se quiser; mas não há nenhuma porta, nenhum cadeado, nenhum ferrolho que você pode colocar sobre a liberdade da minha mente.
*Os livros são espelhos da alma.
*O voo do tempo que nos empurra tão tragicamente para adiante; o monocórdio e irritante eterno, por vezes rebentando em ferozes labaredas amarelas como aquelas efêmeras bolas amarelas entre folhas verdes (ela olhava as laranjeiras); beijos em lábios que irão morrer; o mundo girando, girando em confusão de som e calor – embora na verdade exista a noite sossegada com seu doce palor […]."
*Sinto mil capacidades brotarem em mim. Ora sou brejeira, alegre, lânguida, ora melancólica. Tenho raízes, mas sou fluida. 
Toda dourada, fluindo...
*Por isso odeio espelhos que me revelam meu verdadeiro rosto. Sozinha, muitas vezes mergulho no nada. Preciso firmar meu pé fortemente, se não, caio do limite do mundo para dentro do nada. Preciso bater minha mão contra uma porta rija, para me chamar de regresso a meu corpo.
"Atrevo-me a adivinhar que Anon, que escreveu tantos poemas sem assiná-los, muitas vezes era uma mulher.
*Eu só posso observar que o passado é belo porque nunca se percebe uma emoção no momento. 
Ela se expande mais tarde, e, portanto, não temos emoções completas sobre o presente, só sobre o passado.
*Desde que ela pense em um homem, ninguém objeta o pensamento de uma mulher.
*Crescer é perder algumas ilusões para ganhar outras.
*Sacrificar um fio de cabelo de suas opiniões, uma só nuança de sua cor, em deferência a algum diretor com um vaso de prata na mão ou a algum professor com uma régua escondida na manga é a mais abjeta das traições. Comparado a ela, o sacrifício da riqueza e da castidade, que se costumava dizer que era a maior das desgraças humanas, é uma simples bagatela”.
*Os sentimentos extremos estão todos aliados à loucura.
*Sinto mil capacidades brotarem em mim...
Virginia Woolf (1882-1941) foi uma romancista, ensaísta e editora inglesa. Uma das principais escritoras do Movimento Modernista do século XX. Famosa por apresentar em suas obras as questões políticas, sociais e feministas. Muitos 
livros de romance que mexem com as nossas emoções.